sábado, 27 de novembro de 2010

"E tem muita gente passando fome..."

Recentemente recebi no meu email da turma da faculdade um link de uma resposta de um de nossos professores (Carlos A. Monteiro) a um artigo que defende a fortificação de REFRIGERANTES para acabar com a fome na África!!!



Pois é, chegamos ao limite né............... Será?

É cada coisa que lemos todos os dias, cada coisa absurda... É impressionante como nos vêem como pessoas totalmente ignorantes e BURRAS, incapazes de entender o quanto essa proposta visa apenas o lucro!
Ou talvez contem com a falta de interesse das pessoas em se manifestarem contra isso, divulgarem e etc... Eu divulguei em todos os sites de relacionamento dos quais participo, mas ainda sinto que não é o suficiente... Principalmente porque os textos (o artigo e o de resposta) estão em inglês, e dificilmente as pessoas lêem em inglês... Vou tentar traduzir alguns pontos-chave da resposta do profº para que, talvez assim, fique mais fácil de entender como essa proposta é ridícula...

"Seus argumentos (dos autores do artigo) são tão frágeis, que comentá-los em detalhe talvez seja desnecessário. (...) Pior, se promovem que produtos de marca "fortificados" feitos pelas empresas transnacionais, com força de marketing massiva, ajudam a salvar vidas de crianças pequenas, seus pais carentes podem ser induzidos a levar suas famílias à miséria, a partir do momento que tornam a compra destes produtos um hábito. Isso seria mais provável caso as propagandas da indústria incluíssem  declarações de apoio de profissionais da saúde pediatras (como os autores do artigo de apoio a esta proposta). Pior ainda, se algum produto de marca ganha a reputação de ser um salva-vidas, famílias em geral estarão suceptíveis a permanecerem fiéis à marca e a qualquer lanche "fast" (rápido) e "junk" ("porcaria"), além de outros produtos ultra processados, gordurosos, doces ou salgados, feitos pela empresa que detém a marca, ao longo da vida. O resultado aceleraria a pandemia de obesidade, e tudo o que ela implica, incluindo os encargos intoleráveis sobre o serviço de saúde para tratamento de doenças crônicas graves relacionadas à obesidade.
O resultado também seria a persistência da desnutrição, insegurança alimentar e, pior, até mesmo fome. Não há "fórmula mágica", ou "band-aid" ou uma "solução técnica" para a fome mundial. De qualquer forma, a saúde das crianças não depende apenas do status de micronutrientes. (...)
O que as populações pobres da África, Ásia e América Latina precisam, são meios com os quais levar uma vida decente. Isso inclui sistemas de alimentação, locais seguros, acesso à água potável e saneamento adequado, recursos decentes de serviços de saúde primários, capacidade de produzir e preparar refeições a partir de recursos imediatos e locais, educação primária universal. (...)
Uma redução substancial na desnutrição infantil pode ser alcançada num período de tempo relativamente curto, com melhor distribuição de renda, atuo-determinação por parte da população e da comunidade, e investimentos públicos em bens públicos, tais como educação, saúde, segurança social, abastecimento de água e saneamento. A persistência da desnutrição é um sinal de que a "ordem mundial" não tem dado certo.
O propósito das insdústrias transnacionais é obter lucros, o que elas fazem, em grande parte, penetrando e controlando mercados, tornando o gasto com seus produtos e sua matéria prima o mais barato possível, e tirando do caminho as indústrias nacionais e locais. Se essas indústrias estão realmente interessadas em melhorar a nutrição de populações carentes, elas deveriam pressionar os governos de países ricos, nos quais têm filiais e sedes, para aumentarem o financiamento dos programas das agências das Nações Unidas e das organizações da sociedade civil e de profissionais da saúde. Elas também deveriam pressionar para que ocorra o cancelamento da dívida externa ultrajante de países pobres, incluindo aqueles na África Sub-Saariana. Estamos ansiosos pra que elas o façam.
Enquanto isso, a contínua privatização da saúde pública e de bens públicas, só irá fazer com que aumentem a desigualdade, a  instabilidade, a perturbação, e efeitos ainda mais graves no desespero e na falta de esperança."


[a tradução tá meio porca, mas acho que dá pra entender...]


Bom, fica aí algo a se pensar...
Além do que foi exposto no texto acima, outra coisa... Será que temos feito tudo o que podemos? Será que temos feito ALGO que podemos? Se ETs quisessem jogar uma bomba na Terra, toda a humanidade se uniria para lutarmos contra. Por que não podemos nos unir, sem que seja necessário uma guerra? Por que não podemos lutar contra essas coisas, contra a fome, e miséria, como se fossem extraterrestres querendo acabar com a nossa gente?
Eu me pergunto isso todos os dias...
 


Pra vc que estiver lendo, se ainda estiver lendo (e eu espero que sim), faça alguma coisa... Não precisa ser na África. Pode ser pelo Brasil msm...




Um abraço.








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